Somos Marshall. Somos Chape.
Somos Marshall. Somos Chape
Em 14 de novembro de 1970, um trágico acidente de avião pôs fim ao sonho de um time de verde e branco de futebol americano universitário.
Após um jogo fora de casa, a aeronave caiu e vitimou 37 jogadores, alguns técnicos e poucos fãs. 03 jogadores não viajaram porque estavam contundidos. Da comissão técnica só sobrou um.
A Marshall University, da pequena cidade de Huntington, em West Virginia, foi devastada. Era o fim do 'Thundering Herd', como era conhecida a equipe.
A maioria dos jogadores era jovem. Uma vida inteira pela frente.
O país inteiro viveu o luto daquele dia, daquelas semanas.
Os jogadores que não viajaram com o time viviam um misto de culpa e alívio.
Para os pais e familiares, aquele momento representava estar no próprio inferno. Para outros, parecia um pesadelo que terminaria com a chegada de seus filhos, jogadores.
Ninguém sabia como lidar com aquilo. Todos estavam devastados.
Uma grande mobilização tomou conta da cidade. Todo o grande país se mobilizou.
Os dirigentes da equipe não sabiam como (ou se) iriam reerguer aquele time.
O desafio era enorme.
Alguns prefeririam que o time acabasse. Preferiam a melancolia do fim da equipe do que enfrentar a terrível dor da perda. Preferiam se esconder na sombra da dor, a enfrentar o desafio do renovo da vida.
Alguns jogadores lutaram para manter a equipe. Queriam jogar em honra aos que perderam a vida no acidente.
Agora, em 2016, uma tragédia semelhante atinge a cidade de Chapecó, em Santa Catarina.
Dessa vez, o mundo inteiro homenageou as vítimas – jogadores, jornalistas, gente como a gente. Vários atletas e até equipes inteiras, de modalidades esportivas diferentes, renderam suas homenagens.
O mundo novamente se mobilizou.
Para alguns os pais e familiares, esse momento representa estar no próprio inferno. Para outros, parece um pesadelo que vai acabar com a chegada de seus filhos, dos jogadores e jornalistas, sãos e salvos.
Ninguém sabe como lidar com isso. Todos estamos devastados.
O filme Somos Marshall (We are Marshall de 2006), é, talvez, um dos mais emocionantes com temática esportiva. Baseado nesses fatos terrivelmente reais – como o que estamos vivendo – nos traz grandes lições de superação, mobilização e, sobretudo, esperança.
Desejo, profundamente, que a equipe da Chapecoense possa buscar força, inspiração e motivação como ocorreu com a Marshall University da pequena cidade de Huntington, em West Virginia. E, aos poucos, se reestruturar. Se reinventar. Mais forte, mais unida. E ainda mais inspiradora.
Que que as famílias consigam, com o passar do tempo, aprender a conviver com a saudade de seus queridos. Que sejam confortadas por Deus, em sua misericórdia.
E que toda a comunidade esportiva honre a memória dos que se foram, de forma tão trágica e precoce.